ENTENDA A RELAÇÃO ENTRE VACINAÇÃO DE REBANHO E A PROTEÇÃO DOS ANIMAIS

As vacinas são imunizantes produzidas a partir de vírus, bactérias ou outros microorganismos que são causadores de doenças, elas podem conter microorganismos vivos ou inativados ou apenas uma parte dele. A partir de sua aplicação, ela tem a função de prevenir doenças com a estimulação do sistema de defesa, demorando cerca de 15 dias para fazer efeito. É importante a diferenciação com medicamentos, estes são utilizados para tratar doenças e possuem efeito imediato. 

É muito comum confundir os termos imunização com vacinação, mas é preciso prestar atenção, pois não são sinônimos. A vacinação é o ato de aplicar a vacina, já a imunização acontece quando a proteção já foi adquirida. Logicamente o ideal seria a imunização de 100% do rebanho, mas esse valor é difícil de ser alcançado, boas vacinas geralmente têm um índice de efetividade em torno de 85 a 90%. 

Isso acontece porque o sistema imunológico do animal é capaz de identificar e diferenciar aquilo que entra no organismo e é estranho a ele. Para que a vacina seja eficaz, é preciso que ela seja reconhecida como estranha e estimular uma resposta do sistema de defesa que irá proteger o animal contra futuras infecções. É por isso que uma mesma vacina pode ser eficaz para uns e para outros não. 

Alguns fatores podem influenciar na imunidade do animal, são eles: idade, estado nutricional, estresse e prenhez. Fatores relativos à produção e a conservação das vacinas também podem influenciar. 

Ainda que as vacinas não imunizem todos os animais, podemos considerar a população imunizada, ou seja, a “imunidade de rebanho”,que é quando a maioria dos animais tomou a vacina e está protegida, assim o agente causador da doença não circula frequentemente e o risco de infecção dos animais é menor. Existem medidas simples que podem ser adotadas para diminuir os riscos e aumentar a eficiência da vacina: 

• Comprar apenas vacinas que sejam licenciadas pelo MAPA e não esqueça de ficar atento ao prazo de validade;
• Revise as instalações onde será a aplicação das vacinas, assim você assegura a segurança dos animais e das pessoas envolvidas no processo; 
• Estoque as vacinas de maneira adequada; 
• Evite o estresse dos animais;
• Utilize agulhas do tamanho adequado; 
• Aplique a dose que foi recomendada pelo fabricante; 
• A vacina deve ser aplicada na tábua do pescoço ou atrás da escápula, caso forem subcutâneas; 
• Caso for indicado, refaça a vacinação anual ou semestralmente; 

No Brasil, apenas as vacinas  contra febre aftosa e brucelose são obrigatórias, mesmo assim, vale a pena pensar em um calendário que inclua outras vacinas para seu rebanho. Isso deve ser feito junto de um médico veterinário. 

Mesmo que exista um trabalho e um custo extra, a vacinação é muito mais barata que as perdas que são oriundas das doenças, tanto perda de animal, quanto menor produtividade e desempenho dos animais. 

Ainda é muito difícil alcançar uma imunização com eficácia total, mas esse processo de vacinação, adotando as medidas que falamos anteriormente, pode aumentar o efeito da vacina em todo o rebanho, o que auxilia na diminuição das doenças que comprometem os aspectos produtivos e reprodutivos do rebanho. 

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Fonte: Embrapa