Cuidados com a alimentação no pré-parto das vacas de leite

Cuidar da alimentação das vacas no período do pré-parto tornou-se prioridade das fazendas leiteiras nos últimos tempos, assim como em todo o período de transição. Os animais passam por grandes alterações fisiológicas e metabólicas nessa fase, como a preparação para o parto e a lactação. 

A necessidade de mais nutrientes para o crescimento do feto, adaptações hormonais e as mudanças de ambiente geram estresse e mudanças metabólicas, o que pode prejudicar a ingestão de matéria seca das vacas. Nesse período a demanda por energia e proteína aumenta e o consumo cai, o que coloca em risco o balanço energético, o desenvolvimento fetal e a produção futura de leite. 

Neste período é preciso estimular os animais a ingerirem alimento, se atentar ao teor de potássio no volumoso para o sucesso do planejamento nutricional, para que o animal esteja apto a digerir alimentos e preparar-se para a lactação.

Caso o teor de potássio no volumoso esteja elevado, sais aniônicos podem ser adicionados à dieta. É importante aumentar o aporte energético da dieta no período pré parto para adaptar o animal à dieta de início de lactação e amenizar o balanço energético negativo. 

Outra opção é a dieta com minerais para deixar o pH do sangue ácido, isso ativa paratormônio, que é responsável por retirar o cálcio dos ossos, deixando-o disponível na circulação e evitando a hipocalcemia. Ele vai causar uma leve queda do pH sanguíneo e o organismo, por sua vez, para compensar essa queda, vai retirar dos ossos os íons de cálcio que tem o pH elevado. Consequentemente este cálcio vai ficar prontamente disponível para absorção no período de necessidade. É importante adotar a rotina de medir o pH da urina com frequência e seguir como parâmetro no peagâmetro: entre 5,8 e 6,8.

Os benefícios de se fornecer dietas aniônicas para vacas devem ser pesados contra sua influência negativa na ingestão de alimentos e no balanço energético pré-parto. A não ocorrência de hipocalcemia em novilhas, juntamente com os efeitos negativos da dieta aniônica no balanço energético, indicam que ela não é benéfica, podendo até mesmo ser prejudicial às novilhas pré-parto.

Além da redução na incidência de febre do leite, alguns efeitos secundários têm sido relatados, como as menores incidências de edema de úbere e de retenção de placenta em rebanhos tratados com sais aniônicos. 

A adoção de dietas aniônicas para vacas no pré-parto traz muitos benefícios, além da redução na incidência de febre do leite em vacas recém paridas. Deve-se iniciar limitando o potássio da dieta, principalmente evitando incluir leguminosas na alimentação de vacas secas. Em seguida, deve-se considerar a suplementação de sais aniônicos, principalmente os cloretos que acidificam melhor que os sulfatos. Para verificar a eficácia do programa, recomenda-se monitorar a acidificação via pH urinário (entre 6,0 e 6,5). Por último deve ser frisado que o manejo alimentar das vacas secas deve ser excelente, pela menor palatabilidade das dietas aniônicas.

É preciso ter atenção quanto ao Escore de Condição Corporal, na escala de 1 a 5, sugere-se que as vacas cheguem ao parto entre 3 e 3,2. O escore abaixo de 3 pode prejudicar a produção de leite e a reprodução. O escore maior que 4 também prejudica a reprodução e aumenta as chances de doenças, como a cetose e o deslocamento de abomaso. 

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