
Entenda as deficiências alimentares causadas pela interferência humana em animais da fazenda
Em várias partes do mundo os animais de fazenda consomem dietas que não são correspondentes com suas necessidades. Os alimentos podem ser considerados ricos ou podres em determinados elementos ou até desequilibrados.
As deficiências alimentares relacionadas aos minerais podem causar desde complicações leves até severas, com sintomas não específicos, como desenvolvimento lento, problemas na fertilidade do animal, baixo rendimento na carcaça e até pouca produção de leite. Deficiências leves ou moderadas também podem causar prejuízos econômicos, porque reduzem a produtividade dos animais e são obstáculo para a melhoria do rebanho.
Cerca de 50 minerais existem no organismo, mas somente os seguintes são essenciais para os processos metabólicos e por esse motivo devem estar sempre presentes da alimentação, são eles: Ca, P, Mg, K, Na, Cl, S, Fe, Co, Cu, I, Mn, Zn e Se. Nos animais, os 7 primeiros são necessários em maior quantidade, já os outros são necessários em uma quantidade menor.
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A deficiência de cálcio (Ca) acontece em animais que se alimentam de concentrados, como suínos e aves, estas são espécies que necessitam de uma alimentação mais rica em Ca na dieta. Nos bovinos que recebem alimentação abundante em concentrados, em regime de campo, não apresenta problemas, por mais pobres de Ca que sejam as pastagens, os bovinos recebem quantidade suficiente através delas ou da forragem.
Para os bovinos a deficiência em fósforo (P) é muito importante, principalmente para os animais em regime de campo. Áreas extensas com pouco P nas pastagens são recorrentes e geram um distúrbio mineral bastante comum. A falta de selênio é causa de diversos distúrbios em bovinos, principalmente a “doença do músculo branco” e outros relacionados a produtividade.
A deficiência de magnésio (Mg) ocorre somente em bezerros alimentados à base de leite, os chamados “bezerros de leite”. O leite é pobre em Mg e em Fe (ferro), nesse regime de alimentação, os bezerros ficam anêmicos em virtude da deficiência desses minerais e possuem a carne esbranquiçada. A deficiência em ferro não acontece nos bovinos, a não ser nos já mencionados “bezerros de leite”. Ela também é observada em leitões criados em compartimentos com pisos de cimento, pois não possuem acesso ao solo para se abastecerem com esse mineral.
O cobre (Cu) e o cobalto (Co) são elementos que geralmente estão associados a estados de carência dos bovinos. No geral, essas deficiências determinam quadros clínico-patológicos relativamente característicos. Acredita-se que os bovinos necessitam de quantidades menores de iodo (I) na sua alimentação. Outra carência que era considerada rara em bovinos é a de zinco, com poucos casos de paraqueratose, hoje sabe-se que essa deficiência ocorre de forma subclínica, em várias regiões. Também há registro da paraqueratose hereditária, que prejudica a absorção do zinco (Zn) pela mucosa intestinal do animal.
Uma deficiência característica das aves é o manganês (Mn), elas são responsáveis pela perose e ela condrodistrofia nutricional, essas são doenças caracterizadas por alterações esqueléticas. Em poucas ocasiões essa deficiência foi diagnosticada em bovinos.
Não há relatos de deficiência em potássio (K) em bovinos mantidos em regime natural de alimentação. Não se conhece a deficiência em enxofre (S) em bovinos mantidos em regime de pastagem.
O primeiro passo para o diagnóstico da deficiência mineral é o exame do rebanho, em grande parte, o histórico, exame clínico, realização de necropsias e estudo histopatológicos podem ajudar no resultado. Na maioria das vezes a falta de minerais, quando não são acentuadas, são determinantes para o quadro clínico-patológico, apesar de importante, não é suficiente. Geralmente os diagnósticos apontam para dois meios: por dosagem química e por experimentação.
Em relação às dosagens químicas, deve ocorrer a análise de material proveniente de animais, e logo depois, a análise de pastagens, e por último, a análise do solo. Outro recurso é a experimentação, que consiste na administração do mineral que é suspeito de deficiência em um grupo de animais, mantido em pastagem suspeita de ser carente, outro grupo deve ser testemunha, ou seja, sem receber o mineral e mantido no mesmo regime de alimentação. O parâmetro para essa avaliação é a variação de peso dos animais e também o índice de fertilidade. Esse método é bastante eficiente, mas é trabalhoso e demorado.
Quanto maior o número de dados, há mais segurança do diagnóstico. O procedimento mais correto e seguro é o exame de rebanho, sob o ponto de vista clínico-patológico, complementado por análises químicas de tecido animal e/ou experimentação, com a análise de pastagem ou solo apenas como complemento.
E, claro, ao assumir a responsabilidade da criação de animais, busque sempre alimentos e produtos de qualidade e procedência para eles, pois é fundamental para a saúde! A Nobre Nutrição Animal pode te auxiliar em todo o processo, para tirar dúvidas e encontrar as melhores soluções!